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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

João 14:28 "Pai maior do que eu"



João 14:28 ensina a inferioridade essêncial do Filho em relação ao Pai?

Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu.

Este texto, talvez, é o mais popular que os  unitários modernos utilizam para afirmar a inferioridade ontológica do Filho. Estudaremos este versículo se esse entecdimento é aceitável.
Antes de começar a analisar João 14:28,temos que observar seu contexto. Jesus começa afirmando a centralidada da fé cristã em seu plano redentor:

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim."(Jo 14:1)

ou seja, Ele é :

"o caminho, a verdade e a vida;ninguém vem ao Pai senão por mim." 

Notemos que Jesus fala como o Intercessor dos homens perante Deus. Percebamos 1 Jo 2:1-2:

"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.     E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo."

A ênfase recai sobre a humanidade de Cristo.Na sua obra salvadora, Cristo é a propiciação pelos pecados dos homens do mundo todo. Vejamos Romanos 8:3:

"Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado. "

Fica patente que se tem em vista aqui sua natureza humana. Assim, temos absoluta certeza que sua missão messiânica está em relevo em João 14.
Os versículos que seguem aprofundam mais a ideia.

"Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é quem faz as suas obras. "  (Jo 14:10)

Veja tambem estes:

"Porque eu não falei por mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, esse me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar."(Jo 12:49)

"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer." (Jo 15:15)

Estes textos nos revelam que Jesus é tratado como o enviado do Pai. Em Gálatas 4:4 diz:

"mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei"

Veja que o realce cai sobre a humanidade de Cristo. Na economia neo-testamentária, Jesus é o enviado de Deus,o Messias,e nessa obra, Ele se encontra subordinado ao Pai.
Tendo explicado sua operação na salvação, Jesus agorá nos mostra sua obra intercessória de forma mais explícita:

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre"  (Jo 14:16)

Veja aqui a manifestação mediátoria descrita de forma sublime. Sua obra como "Advogado"(Parakletos) no céu,intercedendo pelos homens e os preservando(Jo 14:18).
Percebamos que o contexto todo se desenrola atraves da economia redentora do Novo-Testamento.Então, podemos interpretar Jo 14:28:

"Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu" 

Note ainda Jo 14:31:

"mas, assim como o Pai me ordenou, assim mesmo faço, para que o mundo saiba que eu amo o Pai. "

O centro de todo contexto gira em torno da submissão do Filho em seu trabalho messiânico(em forma humana), e não em "Ousia"(Essência). Sobre o "ir para o Pai" se refere a morte e ressurreição do Filho:

"Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai" (Jo 16:28)

Fica evidente que no contexto de João 14:28 tem em vista somente a obra redentora, pois é tanto dito sobre a encarnação do Verbo,como de sua morte e ressurreição.
Portanto, João 14:28 somente se refere a sua subordinação circunstancial na operação da expiação dos pecados, e não uma subordinação ontológica.



Autor: Lucas Freitas/ Co-autor do blog.

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