João 10:30
Eu
e o Pai somos um
O contexto da afirmativa presente em João 10:30, é dada nos
versículos anteriores.
"Rodearam-no,
pois, os judeus e lhe perguntavam: Até quando nos deixarás perplexos? Se tu és
o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não
credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim.
Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem
a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais
perecerão; e ninguém as arrebatará da
minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém
pode arrebatá-las da mão de meu Pai"
(João
10:24-29)
Essa passagem mostra a proteção amorosa que os cristãos usufruem,
através da morte vicária de Cristo. O interessante, é que no vers.29 é dito que
ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão do Pai. Ou seja, o texto ensina a
união de poder entre o Pai e o Filho, em especial,que ninguém (nenhum ser mais
poderoso) arrebata as ovelhas mão do Filho e do Pai. O silogismo a seguir elucida a questão:
--Ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão do Pai (João 10:29)
--O Pai e o Filho são um (João 10:30)
--Consequentemente, ninguem pode arrebatar as ovelhas da mão do
Filho(João 10:28)
Assim, a união de poder/propósito na economia neo-testamentária
pressupõe uma união da natureza dEles. O
Filho e o Pai são uno em essência.
Os judeus também entenderam a alegação da deidade de Jesus, e não
há nada após a fala de Jesus que negue isso.
"Os judeus pegaram então
outra vez em pedras para o apedrejar. Disse-lhes Jesus: Muitas obras boas da
parte de meu Pai vos tenho mostrado; por qual destas obras ides
apedrejar-me?Responderam-lhe os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos
apedrejar-te, mas por blasfêmia; e
porque, sendo tu homem, te fazes Deus" (João 10:31-33)
A alegação aqui dos judeus é que Jesus se fazia Deus. Mas a
resposta de Cristo é ainda mais
iluminadora:
"Tornou-lhes Jesus: Não
está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós
sois deuses? Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi
dirigida (e a Escritura não pode ser anulada)," (João 10:34-35)
Jesus cita "Vós sois
deuses", uma passagem extraída do Salmos 82.
"Deus está na assembléia
divina; julga no meio dos deuses: Até
quando julgareis injustamente, e tereis respeito às pessoas dos ímpios?
Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei retamente com o aflito e o
desamparado. Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.Eles
nada sabem, nem entendem; andam vagueando às escuras; abalam-se todos os
fundamentos da terra.Eu disse: Vós sois
deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.Todavia, como homens, haveis de
morrer e, como qualquer dos príncipes, haveis de cair.Levanta-te, ó Deus, julga
a terra; pois a ti pertencem todas as nações."
Muito provavelmente a passagem se refere aos juízes que julgavam no
meio de Israel. Eles eram injustos em suas resoluções e Deus disse que iria
julgá-los (Salmos 82:7).
No vers 35 diz:
"Se a lei chamou deuses
àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser
anulada),"
Veja que os deuses,são aqueles a palavra de Deus foi dirigida. Os
juízes julgavam em Israel (Êxodo 21:6; 22:9) e a Palavra do senhor muito
provavelmente eram os mandamentos e as leis civis (Êxodo 20:1; 24:3-4).
O julgamento por blasfêmia é derivada de Levítico 24:16, onde diz:
"E aquele que blasfemar
o nome do Senhor, certamente será morto; toda a congregação certamente o apedrejará.
Tanto o estrangeiro como o natural, que blasfemar o nome do Senhor, será
morto."
Uma vez que a lei era exercida pelos juízes,inclusive a condenação
de blasfêmia, entendemos o porquê de Jesus se refirir aos judeus que o estavam
atacando de "deuses". No contexto de Salmos 82, "deuses" é
aplicado para chamar os juízes de injustos em suas condenação e resoluções, e
nesse caso,eles estavam sendo injustos condenando Cristo.
Jesus apela para suas obras quando os judeus vão o atacar, pois
elas testificavam da verdade de suas palavras:
" Disse-lhes
Jesus: Muitas obras boas da parte de meu Pai vos tenho mostrado; por qual
destas obras ides apedrejar-me? " (João 10:32)
"Se não faço
as obras de meu Pai, não me acrediteis.
Mas se as faço, embora não me creiais a mim, crede nas obras; para que
entendais e saibais que o Pai está em mim e eu no Pai" (João 10:37-38)
No verso 36 esta escrito:
"àquele a quem
o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse:
Sou Filho de Deus?"
"Santificar" aqui é a mesma palavra no grego (ēgiasen)
que a LXX usa em Jeremias 1:5 para "consagrar". Note o paralelo com
João 3:34:
"Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus;"
Assim, entende-se que,por Cristo ter sido consagrado e enviado por
Deus,ele fala verdade. As suas obras testificavam isso. Suas obras testificavam das suas palavras e
compreendia-se com especial lucidez que
Jesus Cristo era Deus.
Autor: Lucas Freitas/ Co-autor do blog.
Autor: Lucas Freitas/ Co-autor do blog.
Artigo bom,,, mas aii nao fala de UM em Essencia nao,,, Jesus diz ser UM (hen) em UNIAO DE PROPOSITOS. o contexto da a entender isso. Ainda em Joao 17:21-22 Jesus aii ora ao Pai e pede para que NOS SEJAMOS UM (hen) ASSIM COMO ELE E O PAI SAO UM (hen). Isso explica o ser UM de Jesus e o Pai em Jo 10:30. Saiste um pouco daquilo que a Biblia lhe quer transmitir. Jesus nao e' um em Essencia com o pai nao, aii mostra uniao de proposito. Esse texto ja nem se usa por Trinitarios para provar a Trindade. Faça uma analise mais detida do livro de Joao.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirNão se trata apenas de uma unidade de propósito, é muito mais do que isso. Há uma unidade de natureza, na medida em que o Pai está no Filho e este no Pai, João 10:38. Esta mútua imanência entre o Pai e o Filho, requer necessariamente a onipresença tanto do Pai quanto do Filho. Se o Filho embora estando na terra continua no seio do Pai (João 1:18) tem de ser necessariamente onipresente, porque só assim pode estar ao mesmo tempo tanto na terra quanto no céu. E se o Filho é onipresente, é também onipotente e onisciente, pois estes são atributos incomunicáveis de Deus.
Excluir