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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

João 10:30


João 10:30

Eu e o Pai somos um

O contexto da afirmativa presente em João 10:30, é dada nos versículos anteriores.

"Rodearam-no, pois, os judeus e lhe perguntavam: Até quando nos deixarás perplexos? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai" (João 10:24-29)

Essa passagem mostra a proteção amorosa que os cristãos usufruem, através da morte vicária de Cristo. O interessante, é que no vers.29 é dito que ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão do Pai. Ou seja, o texto ensina a união de poder entre o Pai e o Filho, em especial,que ninguém (nenhum ser mais poderoso) arrebata as ovelhas mão do Filho e do Pai. O silogismo  a seguir elucida a questão:

--Ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão do Pai (João 10:29)

--O Pai e o Filho são um (João 10:30)

--Consequentemente, ninguem pode arrebatar as ovelhas da mão do Filho(João 10:28)

Assim, a união de poder/propósito na economia neo-testamentária pressupõe uma  união da natureza dEles. O Filho e o Pai são uno em essência.
Os judeus também entenderam a alegação da deidade de Jesus, e não há nada após a fala de Jesus que negue isso.

"Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. Disse-lhes Jesus: Muitas obras boas da parte de meu Pai vos tenho mostrado; por qual destas obras ides apedrejar-me?Responderam-lhe os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus" (João 10:31-33)

A alegação aqui dos judeus é que Jesus se fazia Deus. Mas a resposta de Cristo é  ainda mais iluminadora:

"Tornou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses? Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada)," (João 10:34-35)

Jesus cita "Vós sois deuses", uma passagem extraída do Salmos 82.

"Deus está na assembléia divina; julga no meio dos deuses: Até quando julgareis injustamente, e tereis respeito às pessoas dos ímpios? Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei retamente com o aflito e o desamparado. Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.Eles nada sabem, nem entendem; andam vagueando às escuras; abalam-se todos os fundamentos da terra.Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos príncipes, haveis de cair.Levanta-te, ó Deus, julga a terra; pois a ti pertencem todas as nações."

Muito provavelmente a passagem se refere aos juízes que julgavam no meio de Israel. Eles eram injustos em suas resoluções e Deus disse que iria julgá-los (Salmos 82:7).
No vers 35 diz:

"Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),"

Veja que os deuses,são aqueles a palavra de Deus foi dirigida. Os juízes julgavam em Israel (Êxodo 21:6; 22:9) e a Palavra do senhor muito provavelmente eram os mandamentos e as leis civis (Êxodo 20:1; 24:3-4).
O julgamento por blasfêmia é derivada de Levítico 24:16, onde diz:

"E aquele que blasfemar o nome do Senhor, certamente será morto; toda a congregação certamente o apedrejará. Tanto o estrangeiro como o natural, que blasfemar o nome do Senhor, será morto."

Uma vez que a lei era exercida pelos juízes,inclusive a condenação de blasfêmia, entendemos o porquê de Jesus se refirir aos judeus que o estavam atacando de "deuses". No contexto de Salmos 82, "deuses" é aplicado para chamar os juízes de injustos em suas condenação e resoluções, e nesse caso,eles estavam sendo injustos condenando Cristo.
Jesus apela para suas obras quando os judeus vão o atacar, pois elas testificavam da verdade de suas palavras:

" Disse-lhes Jesus: Muitas obras boas da parte de meu Pai vos tenho mostrado; por qual destas obras ides apedrejar-me? " (João 10:32)

"Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis.  Mas se as faço, embora não me creiais a mim, crede nas obras; para que entendais e saibais que o Pai está em mim e eu no Pai" (João 10:37-38)

No verso 36 esta escrito:

"àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse: Sou Filho de Deus?"

"Santificar" aqui é a mesma palavra no grego (ēgiasen) que a LXX usa em Jeremias 1:5 para "consagrar". Note o paralelo com João 3:34:

"Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus;"

Assim, entende-se que,por Cristo ter sido consagrado e enviado por Deus,ele fala verdade. As suas obras testificavam isso.  Suas obras testificavam das suas palavras e compreendia-se com especial lucidez  que Jesus Cristo era Deus.



Autor: Lucas Freitas/ Co-autor do blog.

Mensagem do Dia


Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele
João 3:16-17

Pode ser que alguns que assistam a esse vídeo venham a se se comover, assim como eu, mas eu não me comovi só pelo vídeo e sim pela mensagem que está presente, pois foi exatamente esse o sacrificio que Deus fez por nós.... E a dor do Pai e do Filho foram maiores que qualquer outra dor, o Pai teve de "virar" as costas para o Filho, crucificado, pois diante de Tua face não entra pecado e naquele momento o pecado de todos que viveram, todos que viviam e todos que irão viver na terra estavam sobre as costas de Jesus... ESSE É O VERDADEIRO SACRIFÍCIO...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

João 14:28 "Pai maior do que eu"



João 14:28 ensina a inferioridade essêncial do Filho em relação ao Pai?

Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu.

Este texto, talvez, é o mais popular que os  unitários modernos utilizam para afirmar a inferioridade ontológica do Filho. Estudaremos este versículo se esse entecdimento é aceitável.
Antes de começar a analisar João 14:28,temos que observar seu contexto. Jesus começa afirmando a centralidada da fé cristã em seu plano redentor:

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim."(Jo 14:1)

ou seja, Ele é :

"o caminho, a verdade e a vida;ninguém vem ao Pai senão por mim." 

Notemos que Jesus fala como o Intercessor dos homens perante Deus. Percebamos 1 Jo 2:1-2:

"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.     E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo."

A ênfase recai sobre a humanidade de Cristo.Na sua obra salvadora, Cristo é a propiciação pelos pecados dos homens do mundo todo. Vejamos Romanos 8:3:

"Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado. "

Fica patente que se tem em vista aqui sua natureza humana. Assim, temos absoluta certeza que sua missão messiânica está em relevo em João 14.
Os versículos que seguem aprofundam mais a ideia.

"Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é quem faz as suas obras. "  (Jo 14:10)

Veja tambem estes:

"Porque eu não falei por mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, esse me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar."(Jo 12:49)

"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer." (Jo 15:15)

Estes textos nos revelam que Jesus é tratado como o enviado do Pai. Em Gálatas 4:4 diz:

"mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei"

Veja que o realce cai sobre a humanidade de Cristo. Na economia neo-testamentária, Jesus é o enviado de Deus,o Messias,e nessa obra, Ele se encontra subordinado ao Pai.
Tendo explicado sua operação na salvação, Jesus agorá nos mostra sua obra intercessória de forma mais explícita:

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre"  (Jo 14:16)

Veja aqui a manifestação mediátoria descrita de forma sublime. Sua obra como "Advogado"(Parakletos) no céu,intercedendo pelos homens e os preservando(Jo 14:18).
Percebamos que o contexto todo se desenrola atraves da economia redentora do Novo-Testamento.Então, podemos interpretar Jo 14:28:

"Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu" 

Note ainda Jo 14:31:

"mas, assim como o Pai me ordenou, assim mesmo faço, para que o mundo saiba que eu amo o Pai. "

O centro de todo contexto gira em torno da submissão do Filho em seu trabalho messiânico(em forma humana), e não em "Ousia"(Essência). Sobre o "ir para o Pai" se refere a morte e ressurreição do Filho:

"Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai" (Jo 16:28)

Fica evidente que no contexto de João 14:28 tem em vista somente a obra redentora, pois é tanto dito sobre a encarnação do Verbo,como de sua morte e ressurreição.
Portanto, João 14:28 somente se refere a sua subordinação circunstancial na operação da expiação dos pecados, e não uma subordinação ontológica.



Autor: Lucas Freitas/ Co-autor do blog.